3 reflexões sobre o fim de ciclos na vida e o que realmente importa.

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Esses dias me peguei reflexivo sobre os ciclos da minha vida. Essa epifania filosófica deve ter sido fruto de algumas boas conversas com amigos e mais ainda dos papos com a Camila, minha esposa, que diz que sou muito desapegado de quase tudo e que tenho facilidade de fechar alguns ciclos. 

Verdade sobre o desapego. Não me importo em dar, emprestar e compartilhar o que tenho e o que sei. Eu já dei meu guarda-roupa inteiro de uma vez só, do dia para noite, emprestei meu carro por um ano para um amigo e meses para outro, compartilhei livros sem fazer questão da devolução, fiz minha saída do primeiro escritório que fundei, mesmo ele sendo um dos meus sonhos profissionais, enviei para concorrentes documentos complexos que elaborei e ensinei minhas estratégias profissionais sem medo de me copiarem ou superarem. Enfim, poderia dar inúmeros exemplos sobre desapego na minha vida pessoal e profissional.

Pensando sobre isso, vem a primeira reflexão: O fim dos ciclos não precisa significar o fim de algo ruim, você pode e talvez até devesse encerrar os bons ciclos da sua vida. Obviamente que ciclos ruins você deve encerrar o quanto antes, mas me parece que a maioria dos ciclos precisam terminar quando tudo ainda está bem. Digo isso, porque sempre me vem a questão, quantos ciclos bons na sua vida se tornaram ruins em determinado momento. Você já parou para pensar sobre isso? Ou vai me dizer que você nunca pensou que deveria ter saído ou terminado algo antes do que ocorreu? Nunca eliminou nada das gavetas, pensando, não uso isso há muitos anos.

Fato é que muitas vezes nos acomodamos em ciclos e acabamos, por conta desta acomodação, deixando de utilizar o potencial que temos ou deixando de abrir espaço para coisas novas. Somos seres apegados aos nossos padrões, mesmo quando não fazem mais sentido e também aos bens materiais mesmo quando não têm mais utilidade na nossa vida. 

Outro fato muito comum e que já deve ter acontecido com todos é evoluir em um ou diversos aspectos da vida e se descolar do ciclo que está, e aí o apego às questões deste ciclo se transformam em um problema. Isso ocorre porque, às vezes ou invariavelmente, não cabemos mais em nossas velhas caixas, pois estamos em constante expansão, transformação e movimento, é inevitável que aconteça.

Penso que demoramos a entender que em algum momento todos os ciclos terminam, e como diz a música, o pra sempre, sempre acaba. Tem também uma frase, de autor desconhecido, que diz mais ou menos assim: Entender que a vida é feita de ciclos, deixa você em paz com tudo que vai e com tudo que chega.

Acho que aqui cabe a minha segunda reflexão: Quando encerramos ciclos e nos deparamos com a incerteza do novo, olhamos invariavelmente para nós mesmos, e perguntamos, ou pelo menos deveríamos nos perguntar, do que gostamos, o que queremos, o que nos move, qual nosso desejo, o que nos deixa feliz, o que sabemos fazer e no que somos bons. Qual nosso sonho grande?

O fim de um ciclo na vida é a oportunidade de tentar algo novo ou mesmo algo de novo, é a chance de se reinventar, reciclar, aprimorar. Novos amigos, amores, negócios, lugares, coisas, lares, sonhos, desejos, necessidades, coisas materiais e imateriais.

Claro que o fim de alguns ciclos vem com grandes dores, não quero romancear nada aqui, pois eu sei que isso pode nos abalar e dificultar as coisas de verdade.

No entanto, vale a analogia com as festividades de final de ano. Sabe quando você chega em dezembro esgotado, saturado, sem energia para mais nada, mas então, vem a virada de ano, e como se tudo tivesse mudado, você sente uma energia surgindo de imediato, você se pega do dia para noite elaborando uma lista de metas e objetivos para seu novo ano, seu novo ciclo. Promete para si mesmo que será uma pessoa melhor, em especial para si mesmo, as listas de final de ano costumam ser muito mais relacionadas com coisas pessoais.

Penso que vale ressaltar nesta altura, para tranquilizá-lo, que neste novo ciclo, apesar de todas as incertezas, você tem todo conhecimento e autoconhecimento acumulado ao longo dos ciclos anteriores e esse é o seu maior patrimônio agora.

Nestes novos ciclos, seus valores e aquilo que para você são premissas inegociáveis também te seguem, e isso deve garantir um alicerce mais sólido para os novos ciclos. Tenha serenidade e tranquilidade, desligue o piloto automático, praticar o desapego daquilo que ficou para trás sem dúvida te dará a chance de acertar ainda mais a cada novo ciclo. Isso se chama maturidade. 

Minha terceira reflexão é mais um aviso ou uma ressalva: A forma como você termina cada ciclo pode afetar o início ou até mesmo a qualidade do próximo.

Se você estiver muito desgastado, com raiva, deprimido, doente, sozinho, endividado, tudo isso pode e deve lhe prejudicar no novo ciclo. Se você também encerrar ciclos de forma desagradável, desleal, desrespeitosa, desonesta, você também poderá ser afetado nos próximos.

Isso acontece porque ciclos vão e vêm, mas a linha da vida é uma só, amizades, conhecimento, valores, amores, família, dívidas e economias podem acompanhar você a vida toda, lembre-se disso.

A vida não é um grande ciclo, ela é sim a soma de muitos, centenas e provavelmente milhares de ciclos, grandes e pequenos, que duram anos ou décadas, bons e ruins, o que verdadeiramente importa é ser feliz na jornada. Sabe a linha da vida que eu falei, é nela que você deve ser feliz de forma inegociável.

Quanto aos ciclos, eles são espirais que acompanham a linha da vida, neles você terá momentos de felicidade e tristeza, de vitória e derrota, de altos e baixos, faz parte, é do jogo, é da vida.

Observe cada um dos ciclos que está, nunca deixem de olhar para a finitude da linha da vida. Você pode ter infinitos ciclos, mas não tem vida infinita. Então, não tenha medo de encerrar ciclos e se permitir durante toda vida, começar um novo ciclo é buscar melhorar a cada novo dia.

Vale citar por último a frase de Jack Welch, eleito o executivo do século pela Fortune: Mude antes de ser obrigado a fazê-lo.

E ainda registrar que, diferente do que alguns possam pensar nessa altura da epifania, que o fim dos ciclos não implicam em perda ou renúncia de tudo. Ao trocar de ciclos você não necessariamente está abandonando nada nem ninguém, mas às vezes ressignificando o valor que essas  pessoas e coisas materiais tem pra você

É como eu sempre digo, bora ser gigante e feliz na jornada!

Thiago Schutz – Fundador do escritório

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